NOVIDADES

COMPORTAMENTO

sexo

Vídeos

Arquivo Em Neon

sábado, 28 de janeiro de 2023

Protesto e homenagem (parem de nos matar)

Em Neon: sábado, 28 de janeiro de 2023


No dia da visibilidade trans haverá uma ação no Masp - Av.Paulista, na qual a artista Viviany Beleboni foi convidada por Jacqueline Chanel para fazer um ato simbólico da comunidade trans, o que travestis e transexuais passam, tem que enfrentar em sua vida e sobre as dificuldades que essa comunidade ainda passa, como falta de emprego, estudo e oportunidades. 

Vidas as vezes ceifadas por ódio, ignorância e hipocrisia.

Viviany Beleboni nos mandou um desenho onde explicou a representatividade de seu figurino, conhecida por fazer protestos que fazem as pessoas refletir e que às vezes incomoda pessoas que nao tem pensamento crítico, já fez 3 protestos que chamaram atenção,o mais conhecido foi uma travesti crucificada em 2015 onde foi noticia no mundo todo.


Nesta vez ela explicará em detalhes o objetivo de seu protesto.

Viviany usará figurino de edson assnar, desenhado por ela com vários detalhes simbólicos que ilustrará o que travestis e transexuais ''vivem'', quando vivem... Ela usara um vestido com as bandeira do arco íris, e saindo do seu ombro uma alusão a faixa presidencial que se transforma na bandeira trans onde estará o nome de muitos lgbts principalmente trans e homens trans, que morreram com requintes de crueldade ou motivo torpe, pessoas poderam escrever na própria bandeira que faz parte do figurino em forma de homenagem e não esquecimento dessas vidas,você deve estar se perguntando porque a faixa presidencial no figurino, isso e porque o país que mais mata travestis e transexuais no mundo continua sendo o Brasil.


Haverá um escudo onde terá inúmeros objetos dos quais fazem pessoas trans morrerem conforme pesquisas realizadas como: facas,cordas, pedras, arma de fogo, cruz representando fanatismo religioso que estimula a violência e estigma, até mesmo comprimidos dos quais representam medicação para depressão e o suicido também representado pela corda em forma de forca...



Na sua mão estará um livro escrito: amor,respeito, educação, oportunidade, igualdade,cultura e empatia. Essas palavras chaves sao simbólicas também para que com cada palavra dessa travestis e transexuais consigam algo muito importante, a dignidade de ter um trabalho, um futuro com emprego sem precisar se prostituir, infelizmente nem 10% da população trans tem emprego formal pelo preconceito e a falta de todas as palavras ditas acima principalmente o amor, viviany diz`` se não temos amor de nossa família, respeito da sociedade, sem uma boa educação com igualdade, uma cultura não transfóbica e as pessoas se colocassem no nosso lugar, entenderiam que nossas vidas importam e que isso tudo que passamos é um problema social que precisa ser enfrentado, não sufocado e não falado, porque quando não falamos sobre essas pessoas elas ficaram invisíveis e não tem politicas para que essas mortes e o caminho da prostituicao, depressão, suicídios entre inúmeros problemas acabem de fato.


Viviany disse que ainda não sabe mas terá uma pomba branca representando a paz onde ela lhe trará um canudo do qual se recebem todos que se formam em alguma faculdade, seu figurino tera tambem 27 estrelas sendo 26 brancas e uma delas grande e vermelha escrito dentro dela esperanca somando todas dara o número de cada estado que tem no Brasil, uma alusão a bandeira do Brasil.

O evento começará às 14:00h na frente do masp no dia 29 de janeiro, uma caminhada sera feita em homenagem a muitas que ja se foram e na esperanca de sermos mais visíveis para a sociedade e para termos conciencia que precisamos já de politicas publicas para que assim conseguir terem uma vida digna sem sofrimento,mais oportunidades e igualdade. 

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Morre Kaká di Polly, ícone da comunidade LGBTI+ brasileira

Em Neon: terça-feira, 24 de janeiro de 2023


Por: Eduardo Moraes

Morreu em São Paulo, no dia 23 de janeiro de 2023, Kaká Di Polly, ícone Drag Queen, após uma parada cardíaca durante um exame de rotina. 

Kaká foi e continuará sendo uma personagem inesquecível, cheia de histórias, casos e polêmicas que um filme seria pouco para contá-las, quem sabe uma série, mas com muitas temporadas, para ilustrar seus 63 anos de vida e, segundo ela mesma, 50 anos de carreira drag, sim, pois já se "montava desde novinha".


Um fato que tornou Kaká uma personagem fixa na história LGBTQIA+ brasileira foi o de fingir um desmaio na Avenida Paulista, em 1997, possibilitando assim acontecer a 1ª Parada Gay de São Paulo (nome na época), pois sua simulação desviou os olhares da polícia, que até então impedia a caminhada pela avenida e com essa brecha, com os policiais indo em socorro à Kaka, a marcha seguiu seu rumo, marcando aí um acontecimento histórico do movimento LGBTQIA+.


Kaká, a personagem criada por Carlinhos (somente para a família e para os muito íntimos), não nasceu para passar despercebida. Era um rapaz alto, obeso, afeminado e estrábico. Como não ser notado? Então Kaká di Polly nasceu e veio para se destacar."Já que nasci pra causar, então vou causar muuuuuito", dizia aos amigos.

Onde Kaká chegava era notada. Para ajudar no "afronte", perucas enormes, roupas cravejadas de strass, joias enormes e chamativas. Kaká era um evento chegando a um evento, roubava a cena. Roubava os holofotes. Fotógrafos se acotovelavam para a melhor foto da celebridade.


Polêmica, temida, amada, odiada, mas ninguém ficava indiferente à ela. Cada pessoa tinha uma impressão, uma história, uma raiva, uma risada, um gesto de carinho... Ah! Isso mesmo. Dentro dessa criatura imensa tinha um coração maior ainda. Para ajudar alguém, Kaká não media esforços, passava por cima do que fosse, até conseguir. E conseguia. Na força, na raça, no respeito ou no amor. Mas conseguia.


Pervertida, assanhada, louca por um bofe, viveu grandes amores. Se gabava de dizer que teve nem sei quantos casamentos, "eu perdi a conta", gargalhava.

Uma festa sem Kaká era sem graça, pois o gostoso era aguardar "como Kaká iria chegar" e como sempre era brilhante, era brilhosa de joias, era notável.


Kaká e Carlinhos entraram na minha vida e foi pra ficar. Juntos fizemos um jornal, o ATITUDE e a campanha PAZ, AMOR E CAMISINHA, com vários artistas da noite, artistas de TV, pessoas comuns, todos mostrando-se "ABSOLUTAMENTE CONSCIENTES", pelo amor e pela paz, numa época em que muitas brigas e ódios estavam acontecendo e pela importância do uso do preservativo para evitar doenças sexualmente transmissíveis. Comigo (como fotógrafo) a tiracolo ia para todos os lugares e queria fotos, muitas fotos. Queria ser o centro das atenções, e é claro que conseguia. Na segunda, após a notícia de sua morte, muita gente postou homenagens para Kaká, eu via que alguns usavam fotos que eu tirei dela e eu me enchia de orgulho, com a sensação do dever cumprido. Pois eu sempre procurava seu melhor ângulo, sua melhor "linguada". Sim (risos), Kaká sempre colocava a língua pra fora na hora da foto. Por quê? Dizia que disfarçava o estrabismo.


Antes de eu me mudar para o Rio de Janeiro, éramos unha e carne, saíamos direto juntos. Kaká fazia questão de me deixar em casa. Quando minha mãe faleceu foi em seu colo que encontrei consolo, onde chorei e de onde recebi palavras certas e carinhosas, que me colocaram de pé novamente. Aí nossos laços ficaram ainda mais fortes. Já frequentava aniversários da família, passamos Natal juntos, Ano Novo... Como ela dizia: "São poucos que sabem, podem entrar e sair da minha casa e você é um deles".

Enfim, poderia ficar horas e horas escrevendo e falando dessa pessoa maravilhosa.


Peço desculpas e licença, por não fazer uma matéria apenas informativa e sim algo mais como uma crônica, mas acho que eu precisava disso por mim, porém ainda mais por ele/ela. Pois a comunidade LGBTQIA+ perdeu um ícone, uma lenda, e eu, além disso, perdi um grande amigo.

Vá em paz Carlinhos. Sua família te amou muito, teus amigos também.

Kaká a sua história, sua trajetória foi linda e não vai parar por aqui. 

Se um dia olharmos pro céu e vermos algo querendo roubar a cena sendo maior e mais brilhante que a lua, saberemos que é você aprontando das suas. #KakaVive

 
Todos os direitos reservados para © 2014 Em Neon - Site
Desenvolvido por Code Art Design by Maurício Code