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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Super T: A vida das Modelos Travestis e Transexuais na Tailândia e Africa do Sul

Em Neon: quarta-feira, 3 de dezembro de 2014


Conheça a Primeira agência de modelos de Travestis e Transexuais da Tailândia 


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Com sede em Bangkok, a agência de modelos tailandesa lançou a primeira equipe de modelos Travestis e Transexuais do país.

A agência de modelos Apple Model Management, anunciou em seu casting 18 modelos. A Apple é uma das principais agências de modelos e as maiores no país do sudeste asiático.

Segundo a agência, consta três padrões de beleza diferenciadas entre elas: Em primeiro, as que são todas naturais, apenas hormonizadas. Em segundo vem as que tem apenas cirurgia de silicone nas mamas e em terceiro as mulheres transexuais que já se submeteram ao processo da cirurgia de resignação sexual.

Assista o vídeo promocional



As Modelos Travestis e Transexuais estão rapidamente se tornando uma realidade na indústria da moda, temos como exemplo Geena Rocero, Andreja Pejić e a nossa brasileira Léa T que abrem caminho e são pioneiras para novos rostos.

No mês passado, Lea T anunciou que é o novo rosto da marca americana Redken.

Africa do Sul tem uma longa caminhada para aceitação das modelos Travestis e Transexuais

Foto: Lee-Roy Jason
Mandy cresceu em uma pequena cidade na província do Cabo do Norte, e deste pequena sempre dizia a si mesma que seria uma princesa. Descoberta por uma "olheira', que reconheceu nela todas as qualidades essenciais de uma modelo: pernas longas, corpo magro e medidas perfeitas. Mas sua identidade de gênero foi um obstáculo para a aceitação das agências e seu sonho não se tornou tão real como almejou em sua construção de identidade feminina.

"Eu era, obviamente, uma garota normal, como todas as outras, e ninguém sabia, até então, da minha identidade. E quando eu contei para as pessoas que eu queria ser a princesa que não era, as pessoas da agência caíram em gargalhadas", diz Mandy, com inocência juvenil. Sua "olheira" buscou outras agências, investiu em fotos, books, mas o caminho para a aceitação continuou frustante à Mandy e nenhuma agência a chamou para fechar qualquer contrato de trabalho. O mercado se provou muito conservador e comercial na Africa do Sul.

Mandy manteve contato com mais algumas agências, entre elas a Mail & Guardian e perguntou sobre a sua política em contratação de modelos, a diretora da agência disse que não tinha conhecimento, e que a agência ainda não tinha  entre suas modelos uma modelo Travesti ou mesmo Transexual, ou pelo menos, nenhuma se declarou ser.

"Se nós temos interesse de uma pessoa T? Isso iria se basear na nossa decisão de aceitar ou recusar, e não seria preconceito de nossa parte, mas porque os clientes podem opinar em não querer ver sua marca sendo trabalhada como uma modelo, que obviamente se transformou em uma mulher. Pelo menos aqui na África do Sul, este ainda é um mercado muito conservador e comercial" relatou a diretora da agência.

Embora as modelos  Lea T e Pejic Andreja estejam mudando a história da moda em todo o mundo, parece que a África do Sul está ficando para trás de outros países pioneiros.

Modelo Muzi Zuma (Foto: Lee-Roy Jason)
Muzi Zuma  tem uma história semelhante de Mandy, ela  ainda não tinha assumido sua identidade de gênero e sua carreira estava decolando. Trabalhava em inúmeros editoriais, catálogos e anúncios publicitários. Mas desde que assumiu seu verdadeiro ser, tem sido uma escada em sua vida. Ela acrescenta que se sente "andrógina" e talvez isso facilite sua carreira, melhor que assumir logo de cara a sua feminilidade.

Na Africa do Sul é natural as Travestis e Transexuais se identificarem como pessoas gays, porque outros segmentos de identidade de gênero e orientação sexual é um conceito novo para a maioria dos sul-africanos.

Zuma, que se tornou uma figura proeminente na cena social de Joanesburgo, e continua a ser uma modelo com dificuldades semelhantes às de Mandy, diz que o preconceito enfrentado na indústria é desconcertante, mesmo sendo a androginia um mercado popular, altamente desejado no nicho de modelagem internacional e bem mais aceito.

Ntobeka Mboya diz que sempre soube que era uma transexual, mas não passou pela cirurgia de resignação de sexo
Embora ela afirme nunca ter sofrido discriminação, Ntobeko Mboya diz que está ciente de que as pessoas ainda são mortas por serem Travestis e Transexuais.

"Mas o que vou fazer? Chorar por causa disso?" diz ela com indiferença, acrescentando que ela sabe quem é e, provavelmente, isso a torne tão invisível como insensível. Mboya se descreve como uma encrenqueira. Mboya diz que sempre soube ser transexual. "Eu odeio ter um pau, mas eu adoro ter um pau dentro de mim. É como um pedaço de carne que não tem nenhuma função, quando eu tinha uns 12 anos, percebi que não tinha desejos em usá-lo sexualmente", relata.

Nem todas as outras travestis e transexuais como Mboya, tem vivido livremente, apesar do preconceito muito real enfrentado pela maioria delas. Algumas encontram-se em situações a serem forçadas a escolhas difíceis, como não se assumirem a fim de sobreviver nesse país.

Na Africa do Sul não é muito diferente de muitos outros países, ainda há uma grande confusão na sociedade sobre a orientação sexual e identidade de gênero. Elas são excluídas também da escola muito cedo, sobrando às travestis e transexuais recorrer ao trabalho sexual como forma de sobrevivência e sem opções de trabalho.

Fotos: Lee-Roy Jason

Por: Kimberly Luciana Dias - CLIQUE AQUI e leia mais artigos da coluna Super T!

Kimberly é Blogueira (www.mundot-girl.blogspot.com.br), Estilista e Must em acessórios para quem faz shows. Natural da cidade de Fernandópolis, interior de SP, é dona de alguns Títulos de Beleza e Talento Profissional. É atuante na militância pelos direitos das Travestis e Transexuais.


 
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