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terça-feira, 6 de maio de 2014

Estreia - Melão Em Neon: 'Além do Horizonte' e a rota da felicidade - Por Vitor de Oliveira

Em Neon: terça-feira, 6 de maio de 2014


Imagem divulgação - elenco de  'Além do Horizonte' 
Escrever uma novela, sem dúvidas, pode ser comparado a pilotar um Boeing ou comandar um Transatlântico de enormes proporções. Uma novela é sempre uma longa jornada e a viagem nem sempre é tranquila até o seu destino final. O piloto pode enfrentar grandes turbulências no caminho, o comandante pode se confrontar com grandes procelas que colocam em risco a vida dos passageiros / personagens da jornada. Como roteirista, fui marinheiro de uma primeira (e feliz) viagem e já preparo, ansioso, a bagagem para a segunda. Mas como espectador, possuo horas, anos, décadas de voo e já vi novelas terminarem seu destino da maneira mais feliz possível, como também já assisti a catástrofes e naufrágios, pesadelo de qualquer autor. E como bom espectador, confesso que as viagens seguras, sem risco e sem emoção, que só percorrem céus de brigadeiro e marés calmas não me atraem. Bom mesmo é quando o comandante assume riscos, enfrenta desafios e os vence com heroísmo e bravura.

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Toda essa introdução serve como simbologia para falar de “Além do Horizonte”, novela de estreia de dois valentes comandantes que, desde o inicio, assumiram os riscos de uma viagem arriscada. A novela, não só fugiu dos clichês do gênero, como também fugiu das próprias convenções de uma telenovela tradicional. Claro que a busca da felicidade é o mote de qualquer novela. Mas a felicidade era sempre algo concreto, consistia em um objetivo bem claro do herói. No caso desta, a felicidade, no início, pareceu muito abstrata, gerando as primeiras turbulências, o que afugentou parte do público, acostumado a rotas bem definidas e viagens sem grandes sobressaltos.

Aos poucos, os comandantes fizeram os reparos necessários, alteraram um pouco a rota e conseguiram uma viagem mais tranquila da metade para o final. Mas o triunfo mesmo foi alcançado no último capítulo, simplesmente sensacional, cheio de suspense, aventura e emoção, ingredientes propostos desde o início. Na humilde opinião deste espectador, com milhares de horas de voo, um dos melhores últimos capítulos de novela a que já assisti. Mais do que consertar os danos causados pela viagem e fugir definitivamente para uma rota mais tranquila, os comandantes pagaram pra ver e enfrentaram a maré, retornando ao caminho planejado, permanecendo-se fiéis à proposta inicial da novela, mantendo sua coerência e fechando na maior dignidade.

Como não roer todas as unhas com as sequências cheias de aventura e suspense, de tirar o fôlego que culminaram na destruição da misteriosa comunidade criada pelo louco e visionário vilão L.C (Antonio Calloni, genial!)? Aliás, sequências muito bem dirigidas e com efeitos especiais incríveis. Como não se divertir e se emocionar com o casamento coletivo em Tapiré, reunindo os personagens mais bacanas da novela? Como não se comover com a cena em que Celina e William (Mariana Rios e Thiago Rodrigues) decidem adotar o menino Nilson (JP Rufino)? A emoção dos atores foi genuína e transcendeu a tela. E no fim, a premissa da novela foi plenamente cumprida: a busca da felicidade empreendida pela protagonista Lili (Juliana Paiva) fez todo o sentido e respondeu as perguntas iniciais. O mais gratificante foi perceber que os personagens chegaram íntegros no destino final.

Aos comandantes Marcos Bernstein e Carlos Gregório, meus parabéns pela coragem e bravura. Fica a certeza de que as adversidades do caminho foram vencidas e prepararam os dois para as próximas (e emocionantes) tormentas. No fim da longa viagem, entre mortos e feridos, salvaram-se (quase) todos e a felicidade, destino final, que parecia distante e inalcançável, foi, finalmente, conquistada.

Por: Vitor de Oliveira

Vitor de Oliveira é Roteirista, escritor, professor e dramaturgo. Criador do blog “Eu prefiro melão”, um dos pioneiros a publicar textos de conteúdo próprio voltado para o universo da teledramaturgia, que deu origem ao seu primeiro livro “Eu prefiro melão – melhores momentos de um blog televisivo”. Colaborador da nova versão de “O astro” (2011), novela de Janete Clair, adaptada por Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro, premiada com o “Emmy Internacional” na categoria “Telenovela”. Atualmente é um dos roteiristas de “Lady Marizete”, uma das próximas novelas das 18 horas da Rede Globo, prevista para 2015. Ainda em tv, é um dos roteiristas do piloto da série “Homens querem casar & mulheres querem sexo”, finalista do Festival Internacional de Televisão. No cinema, foi roteirista do curta “Corra, biba, corra”, exibido no Festival Mix Brasil e no CineClube LGBT e dos curtas “Metade Da Laranja” e “12 horas”, dirigidos por Thais de Campos com previsão de lançamento para 2014. É autor de três peças de teatro, “O que terá acontecido a Nayara Glória?” e “Mãe”, atualmente em pré-produção, e do infantil “A bola mágica”.

 
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