Formação: Quatro intrépidas e coloridas Drag Queens.
Missão: Conscientizar uma parcela da população LGBT frequentadora de um espaço na cidade de São Paulo – Largo do Arouche – do seu papel de cidadão com direitos e deveres.
Armas: Cor, alegria, bom humor e muita informação.
Quando Cássio Rodrigo - Secretaria de Cultura de Estado de Gêneros e Etnias - entrou em contato com a Drag Queen Dindry Buck e falou da ideia de montar um projeto, que levasse informação e conscientização a uma população de jovens e adolescentes, frequentadores de um “point LGBT” no centro de São Paulo – Largo do Arouche – que migravam da periferia da cidade e, como vinham na sua maioria só, não tinham limites, assim depredavam o local de lazer, jogavam lixo, bebiam demais, praticavam atos libidinosos e outras coisas mais, incomodando os moradores e frequentadores do local. Os dois, juntamente com Franco Reinaudo, até então diretor da CADS – Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual do Município de São Paulo – não tinham ideia do sucesso que iria se tornar o Esquadrão das Drag Queens.
Esquadrão das Drags com o prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad |
Formado por quatro coloridas, divertidas, irreverentes e conscientes Drag Queens – Dindry Buck, Sissi Girl, NynaCa$h e Send Buck e as stand by AnDrag e Cindy Butterfly – o Esquadrão das Drags recebeu a primeira missão:
- De uma forma lúdica e divertida conscientizar os frequentadores do Largo do Arouche para a conservação do local, o respeito ao próximo e tentar impor alguns limites. Com a Cartilha “Juventude e Diversidade” publicada pela Prefeitura Municipal de São Paulo, em punho – nessa cartilha, de uma forma direta e com linguagem jovem e voltada ao público LGBT são explicitados os direitos e deveres do cidadão e ainda contém o que fazer caso sofram homofobia, lesbofobia e transfobia – as intrépidas Drag Queens saem em dupla e se dirigem aos grupos formados pelo espaço, distribuem a cartilha e conversam com o público. Nos primeiros dias, houve certa resistência, mas com o passar do tempo, os jovens contavam seus problemas, tiravam dúvidas e criou-se um laço forte de amizade.
- Uma parte da missão fora cumprida. A praça agora estava mais limpa, os jovens já viam o Esquadrão das Drags e iam ao seu encontro, apresentando novos freqüentadores e falando do trabalho ali desenvolvido, faltava então a parte do poder público: Colocar mais lixeiras, replantar as plantas destruídas, segurança... As demandas foram encaminhadas e o retorno logo aconteceu.
Esquadrão das Drags participa do IV Grito da Diversidade em Diadema |
O reconhecimento foi ocorrendo aos poucos e o Esquadrão das Drags foi convidado para fazer o Grito da Diversidade em Diadema, participar da Marcha contra a Homofobia na Avenida Paulista, Congresso Latino Americano e do Caribe de Prevenção ao HIV e DSTs, recepcionar o Governador Geraldo Alckmin na reinauguração do Museu da Diversidade, Presença no Camarote Oficial da Prefeitura Municipal da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, destaque no trio oficial da Secretaria de Estado da Cultural na Parada do Orgulho LGBT, Congresso em Comemoração aos 30 anos de Luta contra o HIV no Centro de Convenções Rebouças com médicos e autoridades da área, Virada Cultural e uma infinidade de eventos marcantes e importantes do Estado de São Paulo.
Esquadrão das Drags é notícia na Folha de São Paulo ao lado do Governador Geraldo Alckmin |
Hoje O Esquadrão das Drag Queens é reconhecido no Meio LGBT, é um trabalho que começou para solucionar um problema no Largo do Arouche, ganhou a cidade de São Paulo e já é conhecido nacionalmente.
Esquadrão das Drags nos bastidores do Programa “Encontro” com a apresentadora Fátima Bernardes |
No começo do ano de 2014, devido ao reconhecimento do seu trabalho, o Esquadrão das Drag Queens gravou um documentário para BBC de Londres e outro para a Secretaria de Direitos Humanos da Cidade de São Paulo, com direção da premiada diretora Tata Amaral. Em 2013 o Esquadrão foi convidado para participar do Programa “Encontro” com a apresentadora Fátima Bernardes na Rede Globo de Televisão.
Perguntado às Drag Queens a quem atribuíam todo esse sucesso, foram enfáticas: “Ao nosso esforço, trabalho e dedicação, mas agradecemos imensamente ao Cássio Rodrigo e ao Franco Reinaudo por acreditarem em nosso potencial e a todos que de uma forma ou de outra acreditam e apoiam esse lindo projeto que é conscientizar o ser humano do seu papel de cidadão, de uma forma lúdica e super divertida”, falou comovida a Drag Queen Dindry Buck, uma das responsáveis pela criação do Esquadrão.
“Ser Drag Queen é ser consciente do seu papel de humorista, cidadã, formadora de opinião e fazer esse trabalho valer a pena e render frutos, afinal, todos nós temos uma missão aqui na terra, a missão da Drag é levar alegria e irreverência onde quer que vá e se por trás dessa missão tiver a formação de um cidadão de bem e que vai multiplicar esse bem pelo mundo, aí essa missão está completa”, disse Dindry Buck emocionada.
Esquadrão das Drags em matéria da Veja sobre a passeata contra a cura gay em São Paulo |
Imagens: Arquivo pessoal
A redação