O polonês Karol Wojtyla e o italiano Angelo Roncalli agora são São João Paulo II e São João XXIII |
Desde o último domingo (27) entraram para a lista, mais dois santos católicos. Os papas João XXIII e João Paulo II foram canonizados em uma cerimônia inédita realizada na Praça de São Pedro, no Vaticano. Sim, foi a primeira vez que a igreja tornou santos, dois papas ao mesmo tempo. Também houve ineditismo na transmissão em 3D pela TV e pela Internet do evento. Acredita-se que aproximadamente 2 bilhões de pessoas no mundo assistiram à celebração, que também foi transmitida em salas de cinema, inclusive no Brasil.
Esse dia ficará conhecido como o “domingo dos quatro papas”, por “mais um fato inédito” no dois mil anos de história da Igreja católica, essa dupla canonização aconteceu com a presença de dois papas, Francisco e seu predecessor, Bento 16. O papa emérito ficou à esquerda do altar. No início da cerimônia, Francisco o abraçou e, ao final, o papa argentino apertou calorosamente as duas mãos de seu predecessor.
Eram esperados cerca de 1 milhão de católicos, mas estima-se que esse número tenha sido maior. Diante de tantos fiéis, o Papa Francisco pronunciou: "Declaramos e definimos como santos os beatos João XXIII e João Paulo II e os inscrevemos no Catálogo dos Santos, e estabelecemos que em toda a Igreja sejam devotamente honrados entre os Santos", os fiéis receberam a declarasão com muitos aplausos e entusiasmo. O Papa continuou seu discurso: "Estes foram dois homens de coragem ... e deram testemunho diante da Igreja e do mundo da bondade e misericórdia de Deus. Eles viveram os trágicos acontecimentos do século XX, mas não foram oprimidos por eles. Para eles, Deus era mais poderoso, a fé era mais poderosa", disse o o pontífice argentino.
A partir de então, o polonês Karol Wojtyla e o italiano Angelo Roncalli não serão lembrados apenas por seu papado, pois tornaram-se, oficialmente, santos da Igreja Católica: São João Paulo II e São João XXIII.
As relíquias dos dois novos santos – um frasco contendo sangue de João Paulo II e outro com pedaço de pele retirada de João XXIII no ano de 2000, quando seu corpo foi exumado para a beatificação – foram exibidas ao público. Terminada a cerimônia, Francisco percorreu a praça no Papamóvel, cumprimentando os fiéis.
João XXIII ficou conhecido como o "Papa Bom", e esteve no comando da Igreja Católica entre 1958 e 1963. E João Paulo II, talvez um dos Papas mais queridos e populares esteve frente a igreja de 1978 até sua morte em 2005. Da história moderna da Igreja o pontífice polonês teve o segundo papado mais longo e em contra partida sua canonização foi a mais rápida.
Para ser canonizado, a pessoa deve primeiramente ser reconhecida como Serva do Senhor, depois terá que receber o título de Venerável Serva do Senhor. O passo seguinte é a beatificação. Uma vez beata a pessoa precisa ter um milagre comprovados e confrmados. Para ser canonizada a pessoa terá um requisito imprescindível: um novo milagre. Ele deve acontecer após a beatificação. João Paulo II teve seu segundo milagre reconhecido pelo Vaticano em julho do ano passado, mas João XXIII, foi canonizado com apenas um milagre comprovado. O Papa Francisco dispensou a comprovação de um segundo milagre e decidiu canonizá-lo pelas virtudes feitas em vida.
Por: Eduardo Moraes
Eduardo Moraes é jornalista formado pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) além de fotógrafo há 15 anos. Em seu curriculum estão o Jornal e Site Abalo, a Exposição O "T" da Questão e o Livro Avesso - Meu Lado Certo. Atualmente é editor-chefe do site www.EmNeon.com.br.