Essa frase que dá o título dessa crônica é do poeta Mario Quintana... É impressionante o turbilhão de pensamentos e energias que depreendemos durante o planejamento de uma viagem, desde o momento em que escolhemos aonde ir, qual o meio de transporte, com quem viajar ou simplesmente ir sozinho. Daí, chegamos tensos e ansiosos, pois estamos colocando os nossos pés num terreno desconhecido. Sem contar que, ainda carregamos a nossa mala íntima na qual nos agarramos.
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Alguns preferem não se permitir ao novo, por medo, receios, desconfianças e até mesmo por nojo... Ficam em suas caixinhas de “vícios de crises”, que impedem de crescer e experimentar sabores diferentes do que lhe é peculiar, com isso, perdem o exercício do sentir e descobrir um novo mundo, que habita em cada interior de si mesmo.
Entendo que, quando a gente viaja, deixamos pra trás todos os problemas por um tempo, ficamos sempre antenados e dispostos a viver um período delicioso em algum lugar distante e desconhecido. Algumas vezes revisitar lugares dantes viajados. A viagem sempre tem um propósito: viajamos para nos purificar, viajamos acreditando que reporemos as energias para nos fortificar. Enfim... Viajamos também, para reencontrar alguém muito querido ou se despedir dele neste plano espiritual.

Começou a estudar com muito interesse, fez inventário de todos os ladrilhos que enfeitavam as bordas do poço, quantos buracos existiam. Depois de longo tempo longas perseguições, encontrou a grade do escoadouro. E refletiu... ‘Não será melhor pesquisar a vida e conhecer outros rumos?’ Optou pela mudança.
Apesar de macérrimo pela abstenção completa de qualquer conforto, perdeu várias escamas, com grande sofrimento, a fim de passar pela passagem estreitíssima, mas otimista, renovando os pensamentos, passou pelo rego d’água e ficou encantado com o mundo que descobriu. Viu novas paisagens, flores e seguiu embriagado de esperança... Encontrou um grande rio e fez inúmeras amizades, peixes de muitas famílias diferentes que o instruía quanto aos percalços da jornada.
Habituado com o pouco e a simplicidade, jamais perdeu a agilidade natural e assim chegou ao oceano, viu uma baleia, percebeu que toda água que havia no lago, não dava para abarcá-la, aproximou-se dela, neste momento foi tragado juntamente com tudo o que estava perto servindo de alimentação. Em apuros, o peixinho aflito orou ao Deus dos Peixes, rogando proteção, sua prece foi ouvida e o cetáceo começou a soluçar e vomitou, restituindo-o às correntes marinhas. O pequeno viajante, agradecido procurou companhias e aprendeu a evitar os perigos e tentações.
Vivia, agora, sorridente e calmo no Palácio dos Corais. O peixinho pensou, pensou e pensou... E sentindo imensa compaixão daqueles com quem convivera na infância, resolveu ir contar as novas informações e pegou o caminho de volta. Chegando no lago, ninguém havia sentido a sua falta, mas ele procurou o rei, o qual reuniu todos para que ele contasse as novidades. Após, o relato, ninguém acreditou nele, alguns oradores disseram que o peixinho vermelho estava delirando, emagrecer para passar na grade de escoamento, nunca. ‘Nosso lago é o centro do Universo’, gritaram e expulsaram-no a golpes de sarcasmo.
O peixinho realizou sua viagem de volta, vive alegre no Palácio de Coral. As águas desceram de nível. E o poço, onde viviam os peixes pachorrentos e vaidosos, esvaziou-se compelindo a comunidade inteira a perecer, atolada na lama...”
Por que conto esta lenda? Só para ressaltar que, a gente é capaz de promover as nossas próprias mudanças. “Tenha fé em si mesmo, porque Deus habita dentro de você. Portanto, ter fé em si mesmo é ter fé em Deus. Tenha confiança em suas capacidades e caminhe sem temer os obstáculos. Viajar faz parte do homem" (do Livro Minuto de Sabedoria de C. Torres Pastorino). “E se hoje viajar é algo vulgar, outrora os homens que dobravam novas fronteiras não eram menos verdadeiros heróis” (David Samuel Santos do site Grandes viajantes, navegadores e exploradores).
No século XIV, o marroquino Ibn Batttuta deixou Marco Polo para trás ao percorrer 125 mil km pelas estradas da África, Europa e Ásia. Suas memórias revelam um mundo pouco conhecido pela historiografia ocidental.E em 1889 Nellie Bly (Elizabeth Cochrane 1864- 1922) foi a primeira mulher a fazer uma viagem de volta ao mundo em 72 dias.
Permita-se...
Então, qual será a próxima viagem?
Veja abaixo a galeria de minha última viajem, a que me renovou a alma:
Fotos: Nyna Ca$h
Fontes: - O maior viajante da Idade Média – História Viva – Site Institucional: Editora Seguimento
- Histórias de viajantes - As grandes viajantes: a volta ao mundo de Nellie Bly/ 360 meridianos – RBBBV – rede Brasileira de Blogueiros de Viagem
Por: Nyna Ca$h - CLIQUE AQUI para ver outras matérias de Nyna Ca$h
Fran Sylva diz ser poeta desde cedo. Nos anos 80, foi picado pelo bichinho da arte cênica e formou-se em psicologia pela Faculdade de Ensino Superior Senador Fláquer - Santo André. Anos mais tarde, descortinou um viés para o mundo mágico, lúdico e surgiu a personagem Nyna Ca$h; simultaneamente se formou ator pela Escola de Teatro Macunaíma; é ativista social na causa LGBT, como Conselheiro, junto ao Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual, representando os Transgêneros. Em 2014 fez um curso de palhaço com apoio da UNINOVE e do Instituto SELi para Surdos. Suas paixões: Coca-Cola, fotografia, selfies, filmes e músicas antigas.